Voyager 01
Milano, London, Lisbon, Barcelona, 2001
Co-curadora da instalação/exposição itinerante Voyager 01 apresentada em Milão, Londres, Lisboa e Barcelona.
A Voyager foi pensada como uma instalação/exposição sobre criatividade portuguesa e também uma operação de comunicação.
Teve início em 2001 e foi concebida como identidade itinerante da Bienal EXD, partindo da metáfora da sonda, de onde retirou o seu nome. Durante as suas 18 apresentações, em 6 países, o projecto divulgou internacionalmente conteúdos produzidos por cerca de 210 criadores portugueses. Foi desenhada com um sentido de mobilidade, para ser mostrada em diferentes sítios de Portugal e também no estrangeiro, trabalhando sobre a noção de movimento, de deslocação, de espaço aberto, de tempo e de rapidez. De sistema modular itinerante, transformou-se, em 2003, num sistema mais autónomo que a levou a percorrer as estradas europeias. Constituiu-se ela própria um motivo, uma possibilidade de criação, uma vez que todos os conteúdos que apresentou eram inéditos. Explorou e ensaiou constantemente novos formatos expositivos, procurando meios de chegar com mais eficácia ao público em geral.
Nesta primeira edição, apresentou um carácter de experimentação, exploração e de contágio entre disciplinas. Desafiou para isso vários artistas e designers, procurando criar uma imagem, das muitas possíveis, da cultura portuguesa contemporânea. A V’01 integrou cerca de 80 criadores nas áreas de design de ambiente, arquitectura, dança, design de moda, design gráfico, design industrial, música, new media, fotografia, design de produto, sound design, vídeo e artes visuais.
Partindo de um conceito modular, a Voyager ‘01 foi desenhada para ser apresentada em espaços interiores. Compôs-se por quatro grandes módulos que definiram outros tantos espaços. No conjunto, apresentaram-se os resultados de uma vasta cadeia de colaborações em cruzamentos diversificados, oferecendo um retrato da mais recente criatividade portuguesa.
Concebida por GMG, Pedro Gadanho e João Paulo Feliciano, os quatro módulos foram desenhados por Miguel Vieira Baptista.
GMG fez a curadoria especifica do “MÓDULO VERMELHO” e do “MÓDULO AZUL”, ambos explorando diferentes vectores, pretendendo criar potenciais alterações na percepção dos conteúdos.
O primeiro integrou as disciplinas de Sound Design, Ambient Design e Design de Iluminação, com conteúdos criados por House Lab – Rafael Toral e Rui Gato, na área do som e música, e Vasco Gato, na área da poesia, definindo a entrada da Voyager, procurando estabelecer uma interacção expressiva com os visitantes através do uso intenso da cor e da exploração das relações entre espaço, som e palavra.
O segundo módulo integrou Design de Produto, Design de Ambientes, Design de Moda e Vídeo, criando um espaço de projecção dos vídeos Modus Operandi e Dancing Light. Este módulo explorou os vectores de espaço, tempo, cor e temperatura, pretendendo proporcionar alterações na percepção das imagens. As cadeiras Re-Pocket, que dele faziam parte, resultaram de um desafio lançado a um designer de equipamento e a um designer de moda para conceberem protótipos de uma cadeira/sofá que respondesse a questões relacionadas corn a diminuição da temperatura no ambiente onde estão inseridas. Este segundo módulo integrou as participações de Margarida Moura Guedes e Luís Osório, no Vídeo Modus Operandi, Houselab (escultura de luz de Paul Friedlander) para o Vídeo Dancing light”, Rui Gato na Música, Paulo Gomes como Consultor de Moda, Henrique Ralheta e Miguel Flor no Design das Cadeiras Re-pocket, produzidas com o apoio dos Ofícios do Tempo.
Da mission plan da Voyager 01, fizeram parte Milão (Fuori Salone/Salone del Mobile, Abril 20o1), Londres (The Old Truman Brewery, Junho 2001) e Lisboa (EXD’01) e Barcelona (FAD, Outubro 2002).